sexta-feira, 4 de setembro de 2009

8 semanas depois...

... cá estou eu de novo.

Agora sim, já bastante próxima do nascimento da Vera.

Estivemos 3 semanas de férias a aproveitar a casa nova, a aproveitar uns belos mergulhos na piscina... se bem que confesso que só mais adepta do solinho de beira de piscina. :)
Passeamos, namoramos os 4, o meu companheiro lindo e as minhas 2 filhotas... Muito bom!

Nestas ultimas semanas temos estado afincadamente a preparar o ninho... lavar roupa, preparar berço, comprar fraldas e roupinha nova... pôr cortinas, candeeiros... tudo para receber o novo ser. Aquela que já está junto de nós mas que estamos desejosos de poder vê-la, ver o seu rosto, abraçá-la, cheirá-la. hummm... está quase!

As malas já estão prontas... é quando quiseres Verinha! :)

E eu, estarei pronta? ups... penso que sim. Tenho trabalhado muito o meu trauma de nascimento desde o workshop com o Leonard.
Este workshop mexeu comigo, ainda mais agora que a hora se aproxima... Tudo aflorou! :)

Conto na proxima mensagem.

Beijooooos

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Mudámos de casa

Ufff!

Mudei de casa na sexta feira passada.
Abusei nos esforços e pimbas... comecei com demasiadas contracções para as nossas 30 semanitas de gravidez.
Conclusão: Parei à força! Enquanto todos colaboraram nas mudanças eu estive de papo para o ar...
3 dias depois as coisas acalmaram e a Verinha ainda descansa no meu utero.
Segundo a minha médica, o utero representa a casa, e por isso esta mudança fez com que o utero mexesse. Faz sentido...

É lindo o nosso novo ninho! :)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O Leonard Orr vem a portugal!

Teremos 37 semanas de gestação quando Leonard Orr, criador do rebirthing, vem pela primeira vez a Portugal dar um workshop, durante o ultimo fim de semana de Agosto.

Vai ser maravilhoso renascer às 37 semanas, para nascer a seguir. :)

domingo, 5 de julho de 2009

A primeira vez que conheci a minha filha - a Vera

Foi a sonhar que a conheci...

Estava junta com o meu companheiro, o Bruno, há 5 meses. (Após muitos anos de amizade, o relacionamento evoluiu e os 5 meses juntos, pareceram, na realidade, 5 anos juntos).

O Bruno começou a manifestar vontade em ser pai. E eu, já mãe de uma menina de 6 anos, de um anterior casamento, não me via a voltar às fraldas e às noites mal dormidas...

Uma noite, tive um sonho.
Estavamos a sair de casa de manhã, eu, o Bruno e a minha filha Inês, como fazemos todos os dias. Abri a porta e a Inês, como de costume, saiu de mochila às costas a borboletear até ao elevador. Eu e o Bruno parámos porque, para nosso espanto, estava uma criança à porta da nossa casa. Tinha cerca de ano e meio/ dois anos e estava tranquilamente parada a olhar para nós.
A criança estava vestida com muita roupa e tinha um gorro, o que não me permitiu perceber se era menino ou menina.
Contudo a energia era nitida: forte, tranquila e muito muito intensa. Foi através do seu olhar penetrante que as nossas almas se (re)encontraram.
Acordei em sobressalvo e tive uma certeza: 'Bruno, o nosso filho está à espera que o deixemos entrar na nossa vida'.

E assim foi, passado um mês a Verinha começou a crescer dentro do meu ventre. Uma bebé desejada e muito amada.
Obrigada meu amor por nos teres escolhido para teus pais.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Transformar o trabalho de parto em poder pessoal

Sem sombra de duvidas que o meu maior medo em relação ao parto, e penso que o da maior parte das mulheres, é o medo da dor.
Qual será o motivo da existência da dor, num processo tão lindo como o nascimento de um filho? Para quê?
Qual a ideia da natureza?

Deixo aqui um texto retirado do sábio livro "Corpo de mulher, sabedoria de mulher", para ler e reflectir.

" Confiar no processo do nascimento e saber como sintonizar-se com o bebé são capacidades que melhoram o trabalho de parto e o tornam uma experiência que nos dá a oportunidade de conferir poder a nós próprias. Em vez de fugirmos dessas lições, nós, como mulheres, podíamos aprender muito se estivéssemos na disposição de as seguir.
...
O processo fisico do parto é completamente normal e meticulosamente planeado pela natureza para assegurar o nascimento seguro de uma criança com o minimo de trauma para a mãe. A dor fazia parte desse plano, mas tinha de a encarar nesse contexto para perceber o seu objectivo.
À medida que fui observando mulheres ao longo da gravidez, comecei a perceber que a natureza teria de ter um sinal para as mulheres deixarem o que estavam a fazer, procurarem um lugar seguro para dar à luz e reunirem pessoas à sua volta para a ajudarem. Para algumas, nada menos que uma marreta serviria. Tinha de ser um sinal que ninguém pudesse ignorar, mas que mantivesse a mãe capaz de participar no parto, se as circunstâncias assim o exigissem.
Certamente que a dor de parto é um forte sinal que diz: "Para com o que estás a fazer e presta atenção".
...
Uma vez desencadeado, as mulheres em trabalho de parto têm de permitir a dor. Agitar-se não ajuda. Ir ao fundo do seu intimo sim.
O trabalho de parto é um verdadeiro processo - com o seu próprio ritmo e tempo - e é um processo maior do que nós. Por essa razão, aprender a segui-lo, a deixar-nos levar é algo que nunca esquecemos. E é um grande treino para o dar e receber parental"

Depois, neste mesmo livro são apresentados vários relatos de mulheres que tiveram um parto natural e qual a forma com que elas lidaram com a dor:
- Uma estudante de medicina sentou-se tranquilamente na cama, com pouca luz, durante o parto e estava tão concentrada que a mãe dela e o marido pensaram que provavelmente não estava em trabalho de parto. Não só estava, como, quando finalmente abriu os olhos e falou, disse :"Acho que é altura de fazer força".
Depois do nascimento quando questionada sobre se teria criado alguma imagem mental de um local seguro, ou uma imagem de uma praia das caraibas, ela disse somente "Estava apenas concentrada na dor"
- outra partureante relatou após o parto - "bem, durante as contracções estava a concentrar-me no colo do útero. sabe, a abri-lo para a cabeça do bebé.
- outra quando questiona sobre para onde ía durante as contracções - "Bem, sabe quando está no oceano, na grande rebentação, se ficar à superficie é atirada de encontro aos bancos de areia e rochedos, entra-lhe muita água pelo nariz e pela boca e sente-se afogar. Mas se mergulhar até ao fundo e se agarrar a qualquer coisa e deixar a onda passar por cima de si, pode voltar à superficie e sentir-se bem. Bom, foi isso que fiz durante o parto. Quando vinham as contracções, mergulhava e deixava-as passar por cima de mim."

Conclusão, para todas estas mulheres, a melhor maneira de passar pelo "dor" do trabalho de parto é, em vezes de se abstrair, concentrar-se no seu próprio corpo, no trabalho que está a fazer, na própria dor... É permitindo todo o processo e nunca resistir-lhe.

Como se costuma dizer: Tudo a que se resiste, persiste.
A dor será sem sombra de dúvida menor, quanto menos lhe resistirmos. É permitir que ela venha, e a seguir deixá-la ir, sem nunca nos agarrarmos a ela.

Será que a dor foi criada pela natureza para que o parto seja vivido integralmente, de corpo e alma, obrigando-nos para isso a permanecer no momento presente? Cada vez mais acredito que sim.

Um parto natural é para ser vivido a 100% e nunca vivido somente a, por exemplo, 50%, do estilo, eu vou ali e já volto, ou sei lá, estou um bocadinho aqui e agora já não quero mais e vou passear e volto já. Num parto natural isto definitivamente não existe.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Parto

Pois é... o parto, o parto, o meu maior desafio.

Porquê se é um processo natural e se o corpo da mulher sempre esteve e está preparado para tal?

A verdade é que ao longo dos anos fomo-nos deslingando do nosso corpo. Veio a pilula, que é fantástica, prática e evita muitas gravidezes indesejadas mas que também nos faz deixar de ovular, muitas vezes a partir da nossa adolescencia.
Para muitos a melhor invenção dos ultimos tempos é a epidural. E a Cesariana então e fantástica, não se sente nada e já está cá fora.


No meio disto tudo, onde fica o nosso lado mulher, o nosso lado feminino, que faz ovulação quando sente que é a hora, que pare conscientemente, sentido o seu corpo a dilatar, o bebé a encaixar, rodar e sair???

Eu confesso que este é o meu maior desafio... Parir de forma natural e consciente. Tenho a certeza que é também o que a minha bebé quer, por isso está na hora de me reconciliar com o meu lado mulher.

Como? depois de ser criada numa sociedade onde o analgésico é o heroi?

Conto para a próxima, vou ter de sair. Mas posso garantir que já estou a trabalhar. :)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O que é para mim a gravidez?

Apesar de estar a viver a minha segunda gravidez, esta em nada tem a ver com a outra. São 7 anos que as separam e muito foi vivido desde então. Muito aconteceu e muito mudou dentro de mim. Por isso aqui estou eu novamente numa completa e nova experiência.

Quer queiramos quer não, passar por uma gravidez é um processo de transformação, um renascer como mulheres, como mães, como amantes. As hormonas tornam-nos mais sensiveis e gerar um novo ser faz-nos olhar para dentro, sentir o nosso corpo, ficar consciente de como ele funciona.
O ritmo de vida, por mais que queiramos que continue na mesma, ele abranda e acabamos a viver estes nove meses em modo slow motion. Paramos para sentir primeiro o utero a dilatar, depois a barriga começa a crescer, depois o bebé mexe e a concentração não nos consegue sair da barriga. e é tão bom!!! :)

Ficamos sensiveis a tudo o que nos rodeia, choramos nos filmes tristes e nos alegres também... Ficamos por vezes com uma força capaz de mover montanhas e outras em que estamos carentes e só queremos mimos e mais mimos...

A viver esta gravidez sinto-me a renascer a cada dia que passa. A respeitar o que sinto, a respeitar o tempo de crescimento, a aceitar cada momento e sobretudo a vivê-lo à medida que ele passa, de corpo e alma no momento presente.